segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Reunião com Santa Casa mostra governo como responsável pelo quadro crítico do MT Saúde

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Reunião com Santa Casa mostra governo como responsável pelo quadro crítico do MT Saúde
24/08/2012 - 11:39:30
A operadora São Francisco tem visitado os hospitais descredenciados, que culpam o governo por conta de débitos antigos
“O grande culpado de toda essa situação caótica do MT Saúde e do sofrimento que seus usuários estão vivenciando é o governo do estado!” A conclusão veio da presidente do Sintap-MT, Diany Dias, a qual foi compartilhada pelo tesoureiro do Sintep-MT, Orlando Francisco, após participarem de reunião nesta quinta-feira (23)na Santa Casa de Misericórdia. O coordenador da operadora São Francisco, que gerencia o plano, André Nardin, foi até o hospital, assim como tem feito em outras instituições hospitalares, tentar acordo com o intuito de retornar o atendimento aos usuários, sem sucesso. O provedor da Santa Casa, Luis Felipe Sabóia Ribeiro Filho e sua equipe administrativa, esclareceram que, apesar da gerenciadora estar em dia com seus compromissos mensais, o MT Saúde vem protelando o pagamento de débitos antecedentes ao dia 10 de abril, no total de R$ 226.696,84.
Indignação -André Nardinassegurou ao provedor da Santa Casa que até 10 de outubro – prazo do contrato da operadora São Francisco com o MT Saúde – manterá em dia os pagamentos, como vem ocorrendo, e o mesmo foi ratificado pelo provedor da Santa Casa. Entretanto, Sabóia disse que essa garantia não basta, uma vez que a situação ficou insustentável diante de débitos que ele considera relevantes para a realidade da instituição hospitalar e seu funcionamento. “Uma coisa é certa: urgência e emergência nós nunca deixamos nem deixaremos de atender, como temos feito agilizando até pelo SUS se for preciso”, garantiu o provedor, “até porque, o governo não pode fazer isso com o funcionário público”, protestando contra a postura do governador Silval Barbosa, que segundo ele teria dito que“não vai mais repassar dinheiro ao MT Saúde”, acrescentou o administrador da Santa Casa, se mostrando indignado com a assertiva do gestor executivo estadual.
 “Nós fomos o último hospital a cancelar o atendimento aos usuários, e relutamos contra esta alternativa por pelo menos 40 dias, até o quadro se tornar insustentável”, reforçou Maria Cristina de Carvalho, chefe de tesouraria. O tesoureiro Duílio Maiolino também não se sentiu seguro com a proposta, uma vez que a problemática está nos débitos anteriores ao contrato com a operadora, cujo responsável é o governo, pois se refere ao MT Saúde. Segundo a equipe, os débitos do MT Saúde vêm desde setembro do ano passado até março deste ano, além dos dez primeiros dias do mês de abril.A dívida de R$ 150 mil vem sendo protelada,e apenas R$ 63 mil foram pagos, somando-se a cerca de R$ 100 mil dos últimos dias antes da nova gerência do plano, já que a partir de 11/04/2012 a responsável pelo gerenciamento do plano é a operadora São Francisco.
Veja link com demonstrativo da dívida do MT Saúde com a Santa Casa:
Em verdade, o déficit do governo com a Santa Casa atinge a casa dos R$ 2 milhões, assegurou o provedor Luiz Felipe Sabóia, explicando que 90% do atendimento prestado pelo hospital são direcionados a pacientes do Sistema Único de Saúde - SUS. Segundo ele, é por conta disso e também da dívida com o MT Saúde, que o hospital vem tendo dificuldades desustentar sua estrutura, a exemplo da folha, que hoje comporta 480 funcionários com carteira assinada, e muitos médicos que operam no hospital são prestadores de serviço. “Antes da São Francisco assumir fizemos um acordo, e ‘engolindo a seco', aceitamos as condições, o que não foi cumprido como combinado. E a sociedade também nos cobra, por isso precisamos receber”, ratificou o provedor, justificando que precisa de uma garantia de que o débito com o MT Saúde será pago e como será quitado.
Ausente –“Eu imagino como os usuários do MT Saúde estão se sentindo, uma vez que pagam mensalmente e não vêem retorno; e nós também precisamos receber”, afirmou o provedor da Santa Casa, ressaltando que a cobrança se refere a serviços já prestados, cuja dívida se arrola há meses. “O Gelson não atende telefone, e eu pretendo acioná-lo na justiça, porque quem deve tem que cumprir com seus compromissos ou pelo menos dar satisfação. E ele responde por isto, afinal o MT Saúde não é dele; ele apenas tem um cargo público.” A indignação partiu do provedor Luis Felipe Sabóia, em relação ao presidente do MT Saúde, Gelson EsioSmorcinski. Segundo informações, o presidente do MT Saúde está licenciado por problemas de saúde.
Sindesmat–O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde do Estado de Mato Grosso, José Ricardo de Melo, admitiu que o quadro que se apresenta está fora da normalidade, no sentido de que alguns hospitais realmente não estão atendendo, por conta dos débitos do MT Saúde com os prestadores de serviço. Melo acrescentou que o governo pagou três parcelas – das sete acordadas no parcelamento – bem como parte da quarta, mas ainda é preciso quitar esta vencida em 20/07, além das outras, uma de 20/08 e a última para 20/09. Segundo ele, a questão gerou instabilidade no segmento hospitalar, o que levou ao não atendimento aos usuários. “O MT Saúde perdeu a credibilidade por causa do atraso, e isso abalou toda a estrutura”, concluiu o gestor sindical.
Sinterp- O gestor do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso, Gilmar Brunetto, disse que espera uma maior cobrança ao governo do estado, por parte das instituições hospitalares e prestadores de serviço aos usuários do MT Saúde, com uma ação mais concreta neste sentido. “É preciso ter uma pouco mais de paciência, afinal quando não havia essa crise, os hospitais também ganharam graças a esses usuários que utilizam seus serviços. A verdade é que, os únicos que estão pagando a conta são os usuários do plano, que estão vendo o desconto na folha todo mês e não vêemretorno em atendimento; e quem está realmente e dando a cara a tapa são os sindicatos que representam estes servidores”, finalizou o presidente.
 

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