sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Professores protestam piso salarial em Nova Olímpia

Diário da Serra

        Professores protestam piso salarial em Nova Olímpia

        02/08/2012

“Imagine o mundo sem a figura do professor. Como poderíamos ter outros         profissionais sem a presença do professor para formá-los? Por esse e         outros motivos, temos muito respeito por eles, como também com os demais         servidores, que também estão sendo reconhecidos e valorizados pelo nosso         governo”, essa foi uma das falas do prefeito de Nova Olímpia em uma         matéria enviada pela assessoria de imprensa do município alguns dias         depois do prefeito Francisco Soares de Medeiros anunciar no dia 20 de         abril, em reunião com professores da Rede Municipal que neste ano de         2012, o salário da classe atingiria o piso nacional de R$ 1.452,00,         conforme estipula o Ministério da Educação-MEC.

        Palavras bonitas e que deu muitas esperanças aos profissionais da         educação desse município que juntos lutam por um salário mais digno, mas         a realidade é outra. Os profissionais da educação juntamente com o         Sintep decidiram em assembleia no dia 31 de julho, que pela falta de         compromisso do prefeito em relação ao pagamento do piso salarial         nacional que havia sido prometido e quase quatro meses depois nada disso         ter saído do papel, a classe está durante três dias em paralisação.

        A decisão da Paralisação e redação da carta aberta foi decidida também         em Assembleia Geral, realizada pelo Sintep- Subsede de Nova         Olímpia dia 10 de julho. A quantidade de Professores que fazem parte da         manifestação são aproximadamente de 140 da rede municipal, distribuidos         pelas 7 escolas municipais e uma extensão, totalizando 8 escolas         existentes no municipio. O Piso Salarial do Municipio de Nova Olímpia         Hoje é de 1.163,00. Já o Piso Nacional em discussão e que foi prometido         pelo prefeito (e não cumprido) é de R$ 1.452,00.

        Essa não é a primeira vez que a classe se manifesta em busca de um         reconhecimento salarial, em março aconteceu um manifesto menor, mas que         já despertou a atenção do poder público, que após algumas negociações         com a classe, o prefeito acabou aderindo em sua fala que iria pagar o         piso salarial nacional aos professores que prestam serviços para o         município.

        O piso salarial de Nova Olimpia não chega à R$ 1.170,00, a luta por um         salário mais digno existe em várias cidades do país, o presidente em         exercício do Sintep - Subsede de Nova Olímpia José Sóstenes de         Souza Gomes, disse em entrevista ao Diário da Serra, “o prfeito não está         cumprindo com o que foi prometido, ele usou até a mídia estadual para         falar que nós professores da rede municipal de Nova Olímpia iríamos         receber o piso salarial nacional, mas agora ele alega que está em         período eleitoral e não pode fazer nenhuma mudança, isso é muito         desagradável, pelo fato dele ficar arrumando essas desculpas, a         prefeitura teve mais de três meses para pagar o salário combinado depois         que foi firmado o compromisso, e agora ficam com essas desculpas, não         iremos aceitar mais essa enrolação", argumentou Sóstenes.

        Os professores buscam um avanço na valorização da classe, tanto no         aspecto salarial como nas condições de trabalho e de melhorias na         carreira, uma professora de Nova Olímpia que entrou em contato conosco e         preferiu não se identificar, falou em relação ao desrespeito que é um         professor, ´formador de opiniões´ ganhar um salário como esse, ela ainda         acrescentou que daqui alguns anos o professor terá que passar fome,         porque tudo está ficando mais difícil de conseguir na vida, "estudamos         tantos anos, fazemos especializaçoes e participamos de cursos e é assim         que o governo nos trata, com esse desrespeito em relação a remuneração         de um professor, é lamentável a nossa classe ter que parar de lecionar,         para lutar por um direito que é nosso, esses governantes só pensam         neles, além do salário ser uma miséria, as escolas em muitas cidades do         país não oferecem aos alunos o que eles realmente merecem, uma boa         estrutura, materiais adequados para que eles voltem a ver a educação com         prazer em estudar e não como apenas uma obrigação de ir para a escola, a         vida está cada vez mais difícil, não vivemos só de livros, nós         professores temos as mesmas necessidades que a sociedade em geral, não         podemos aceitar essa desvalorização, merecemos um salário digno para que         a educação possa sempre melhorar, assim com um salário digno, tanto a         sociedade quanto o governo poderá cobrar mais da educação, porque         professores motivados sempre trabalham melhor", finalizou a professora         que leciona há mais de 14 anos e sempre sofreu com a desvalorização de         sua profissão.

        CARTA ABERTA - O Sintep/MT (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino         Público de Mato Grosso), Sub-sede de Nova Olímpia vem a público         manifestar repúdio e descontentamento à ação do prefeito municipal, Dr.         Francisco Soares de Medeiros, que se manifestou frente à categoria dos         professores, garantindo o Piso Salarial Nacional; proposta cujo conteúdo         fora lavrado em ata assinada pelo mesmo, inclusive divulgada diante dos         meios de comunicação social.

        Devido o não cumprimento da proposta para com a categoria, (ou seja, os         professores não foram contemplados com o salário mínimo a eles devido,         conforme prometido), decidiu-se, em assembleia geral, fazer um manifesto         (paralisação), de três dias (31 de julho à 02 de agosto) como forma de         repudiar essa ação não consolidada pela administração municipal.

        Os professores retornam as escolas na sexta-feira, 3, as aulas voltam         apenas na segunda-feira, 6, com as atividades normais.


        

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