segunda-feira, 8 de outubro de 2012

BARRA DO BUGRES: Escola tem chão batido e teto de palha

Diário de Cuiabá
BARRA DO BUGRES
Escola tem chão batido e teto de palha
06/10/2012
 
Unidade fica em uma comunidade quilombola e novas instalações começaram a ser construídas, mas obras foram suspensas
 
Uma escola começou a ser construída em 2010 em uma comunidade Quilombola, a 64 km do município de Barra do Bugres (169 Km de Cuiabá). Com o objetivo de atender cerda de 200 alunos, a nova unidade da Escola Estadual José Mariano Bento deveria fornecer um espaço adequado para os estudantes assistirem às aulas. No entanto, a empresa responsável abandonou a construção, que ficou parada por mais de 60 dias.
 
Atualmente, os alunos dividem um barracão de madeira, com telhado de palha, sem paredes, para ter aulas. Como o espaço é aberto e não tem divisórias, até três turmas de séries diferentes estudam com a mesma professora. “Alunos da primeira, segunda e terceira série se juntam no mesmo canto e a professora ensina, simultaneamente, as três turmas. Muitas vezes o conteúdo que os estudantes estão aprendendo é diferente. Não é fácil a vida de professor lá, que tem que se dividir em três”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), subsede Barra do Bugres, Neusa França.
 
Neusa também explicou que a escola está funcionando deste jeito há cinco anos. A sala dos professores, secretarias, cozinha e banheiros funcionam em outro espaço de madeira, com paredes e telha. No entanto, este segundo “prédio” fica há 150 metros do local, onde as aulas são ministradas.
 
Quanto às refeições, os alunos fazem uma fila na janela da cozinha e depois de servidos, comem sentados no chão ou no degrau da escola improvisada, ou até mesmo em pé. “Lá é como se fosse uma aldeia indígena. As famílias moram perto do espaço onde as crianças têm aula”, esclareceu Neusa.
 
O maior problema, além da falta de espaço para acomodar apropriadamente os alunos, é quando chove. Neusa conta que, por não ter paredes, fica tudo alagados, estragando os cadernos e demais materiais dos estudantes. “Já é difícil de um aluno se concentrar em um dia normal, pelo fato de o professor ter que competir para manter as crianças concentradas. Quando chove, então, fica impossível”, explicou a secretária-geral.
 
A obra da nova unidade escolar começou a ser construída no dia 10 de setembro de 2010. Orçada em R$ 1.115.259,22, o prazo para a conclusão e entrega da escola era de exatamente um ano.
 
Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Educação, a obra foi retomada no dia 17 de setembro e deve ser concluída até, no máximo, 7 de fevereiro de 2013.
A explicação para o atraso de 13 meses na entrega da unidade escolar foi o fato de a empresa responsável pela construção, a Raízes Construtora, comércio e serviços, ter abandonada a obra.
 
A assessoria ainda explicou que a construção ficou parada por 60 dias devido à lentidão dos processos burocráticos, mas que já havia feito um termo de acordo com a empresa.
 
Caso a construtora não entregue a obra na data determinada, deverá pagar uma multa equivalente a 10% do valor total da obra, cerca de R$ 11.152.

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